domingo, setembro 18, 2011

Pés descalços.


Eu não sei dizer bem como foi, tudo aconteceu tão rápido, e tudo que sei é que nesses 10 anos que moro sozinha baguncei um pouco minha vida e agora estou tendo que arrumar a bagunça calmamente, enquanto meu corpo diz tudo que sinto.

Por favor, para entrar aqui agora é preciso pés descalços e nenhuma mentira. É por eu estar todos os dias fazendo faxina e jogando algumas coisas fora que isso é necessário. Não existe angustia em mais nenhum canto desta casa, tudo foi limpo e arrumado com amor. Nesse momento escrevo tranquilamente pra vocês enquanto a água do chá ferve.

É possível que eu te convide para entrar ou é possível que te receba na porta. Estou sem açúcar, enfim.

Aqui eu vivo livre, eu vivo um dia de cada vez. O que passou, é, passou. Guardei alguns sentimentos dentro de uma caixinha a sete chaves, como um segredo que está bem guardado.

Enquanto me aqueço na água quente do chuveiro.

No meu quarto apenas a luz do abajur acesa, e pela casa a minha seleção de músicas preferidas tocando bem baixinho pra que somente eu escute, enquanto penso o que quero e preciso fazer agora. Tenho pensamentos diferentes em dias diferentes, eu sei que preciso de um pouco mais de tempo pra pensar e estou me dando todo o tempo do mundo.

A cada dia desnudo a minha alma e a observo em silêncio para conhecê-la um pouco melhor.
A vida me olha e diz: Cuidado sou feita de armadilhas. Eu olho pra ela e digo: A responsabilidade também é minha.

Tudo que sei é que nasci para ser acariciada antes, durante e depois de cada ato, seja por um homem, seja pelos dias.


Apesar de estar livre e sozinha, meus lábios são doces e ousados, eu não esqueci como se escreve um romance. E talvez amanhã ou depois eu encontre alguém que me faça querer escrever sobre o calor do meu corpo. E escreva pra vocês algo mais doce e caloroso.

Porque neste momento as carícias são apenas minhas.