Ela
deixou a casa, com um estranho silêncio e um sorriso tranqüilo nos lábios como
quem sabe que o desconhecido era seu amigo, como quem vai ao parque e deita na
grama e fica ali admirando o céu.
Ela
deixou a casa sem me avisar, apenas me levou com ela já sabendo que não poderia
ser diferente.
Na
sua tranqüilidade organizou sua vida em algumas caixas com a convicção de que
aquilo não mudaria o que ela tinha por dentro. Ela é estranha, eu sei. Silenciosa
e mansa, voraz como uma leoa.
Ela
não quer fama, nem dinheiro. Ela é leve e não gosta de peso, diz constantemente
que o que vale na vida é o amor no coração.
Passou
muito tempo olhando suas coisas e bens matériais, ainda que perdida procurou
calma na alma, entre dores e sorrisos ela foi adiante.
Sabe,
ela é meu orgulho.
O
tempo vai passar, ela vai envelhecer e sempre que precisar ela vai alegrar a
sua casa.
Se
precisar vai deixar tudo aberto, escancarado, não vai levar nada.
Porque
sabe levar a vida até o momento certo, o momento que é só dela.
E sabe que verdadeiro amor é o que ela sente por ela.
E sabe que verdadeiro amor é o que ela sente por ela.