Flutuo distraída entre resquícios de cacos de vidro
Antigos telhados delicados e coloridos
Sinto cortes em meus pés,
sem sangrar
Tanto porque me sinto levemente cansada
Cada vez que olho para trás
Quase sempre vejo um sorriso carnívoro
Me olhando tentando me devorar,
Rodopio como se estivesse dançando
na chuva
Lembrando certos prazeres e falsas alegrias
Meus pés caminham sabendo a direção
Mas tropeçam em pedras invisíveis que eu mesma criei
Continuo dançando sozinha, aquela melodia
Que um dia me fez sonhar
Em vão
Caminhei descalça por tantas vezes,
Que hoje parei e descansei
meus pés cansados
na água salgada
do mar.
meus pés cansados
na água salgada
do mar.