domingo, março 20, 2011

Luxo e lixo.


Quando era mais jovem costumava assemelhar luxo com felicidade, falar sobre isso  em tempos modernos é fácil. Todos o querem. – Mas poucos o percebem. 
A minha definição era dúbia, ou qualquer coisa que se julgue distante o suficiente para não ser encontrada.
Para muitos luxo é ter dinheiro... “ O dinheiro tem poder sobre os olhos” onde  poucos  se aventuram  sem tê-lo,  por simples medo.
- Engano encarar o desconhecido de mãos vazias excita num misto de dor e delícia.
Uma existência luxuosa não precisa ser cercada por objetos de grife.  Luxo não é ter tudo e sim não se deixar vulgarizar.  
Uma boa relação com o dinheiro é fundamental.  Há que se ter sempre, quem toma a fidelidade e a lealdade consigo mesmo como prumo de um barco, mesmo que à deriva. Vence.

Ler um bom livro é um luxo. (Pelo menos para mim). Mas há quem confunda luxo com lixo...

Acho que o tempo é o maior de todos os luxos, solitário e porque não atrevido em meio à modernidade que se levanta, assim eu passo, passo a passo. 
É com o tempo que o diamante é lapidado.

A essência não é você vestir uma calça da Guess para ser elegante, das festas antigas, ninguém se lembra.  Elegância é superior a tudo isso, ser elegante é saber se portar diante a situações diversas e adversas.   
É não ser em vão. “ Não tem nada a ver com grifes.”    
Num misto de dúvida e delicia entram valentes, mas não acham nada. Não há o que ser achado. Às vezes.

Ter bom gosto, usar o dinheiro e a vida a seu favor é um luxo, comprar o mundo para se aceitar é um lixo... ou simplesmente porque o destino quis, como tantos gostam de acreditar. 
Luxo é um delírio.

Daqui nada se leva. Vamos embora e deixaremos tudo. 
Sigo sem dinheiro e sou feliz com o que tenho, busco me aprimorar. Talvez em palavras, palavras são apenas palavras, acontece.  Cresço como pessoa o dinheiro é apenas conseqüência do meu desenvolvimento.  
Sou carne, pele e sentimento. 
Em meu vai-e-vem inconstante, onde o chá me aquece, onde as estrelas me alegram e o exótico me atrai, onde há silêncio.  

O que faz o luxo é a raridade.